quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Educação Ambiental.

Todo o conhecimento de mundo que possuímos é construído através de nossas experiências sensitivas. Atravessar a rua, tomar cuidado em certos lugares, o como agir em certas circunstâncias... Cada aprendizado é primeiramente ensinado pelos pais e logo o mundo nos cobra em diversas situações.

O processo educacional, porém, às vezes é falho. Ao darmos mais ênfase à educação religiosa ou sexual, esquecemos que também estamos criando indivíduos que interagem entre si e como o meio. Procuramos não agir erroneamente na frente dos filhos para não ensiná-los ou acostumá-los com o que é errado, mas não hesitamos em jogar lixo na rua ou desperdiçar água na frente deles. Somos os espelhos dos mais jovens, e temos que limpar as manchas para que as próximas gerações sejam mais ativas e cuidadosas com o meio ambiente.

A maioria de nós está extremamente acomodada as praticidades. É mais fácil jogar a embalagem de bombom pela janela do ônibus do que guardá-la no bolso, é mais fácil entupir os bueiros da cidade com qualquer porcaria do que aguardar para chegar em casa. É fácil ficar com preguiça e difícil fazer o que se deve. Ainda somos hipócritas para não perceber que a realidade é conseqüência das nossas atitudes, ou da falta delas.

Idéias e frases bonitas todos falam, mas poucos fazem algo em que coloque o meio ambiente como primeiro plano. Não pense diferente, aja diferente.

2 comentários:

  1. Cântico Negro

    "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
    Estendendo-me os braços, e seguros
    De que seria bom que eu os ouvisse
    Quando me dizem: "vem por aqui!"
    Eu olho-os com olhos lassos,
    (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
    E cruzo os braços,
    E nunca vou por ali...

    A minha glória é esta:
    Criar desumanidades!
    Não acompanhar ninguém.
    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
    Com que rasguei o ventre à minha mãe

    Não, não vou por aí! Só vou por onde
    Me levam meus próprios passos...
    Se ao que busco saber nenhum de vós responde
    Por que me repetis: "vem por aqui!"?
    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
    Redemoinhar aos ventos,
    Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
    A ir por aí...

    Se vim ao mundo, foi
    Só para desflorar florestas virgens,
    E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós
    Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
    Para eu derrubar os meus obstáculos?...
    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
    E vós amais o que é fácil!
    Eu amo o Longe e a Miragem,
    Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

    Ide!
    Tendes estradas,
    Tendes jardins, tendes canteiros,
    Tendes pátria, tendes tetos,
    E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
    Eu tenho a minha Loucura !
    Levanto-a, como um facho, a arder nanoite escura,
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

    Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
    Mas eu, que nunca principio nem acabo,
    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
    Ninguém me peça definições!
    Ninguém me diga: "vem por aqui"!
    A minha vida é um vendaval que se soltou,
    É uma onda que se alevantou,
    É um átomo a mais que se animou...
    Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou
    Sei que não vou por aí!

    José Régio
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_R%C3%A9gio

    ResponderExcluir
  2. http://picasaweb.google.com.br/lh/photo/IdgMRHoahV0NhdaFtK-qlw?authkey=Gv1sRgCL76laKa14ri8gE&feat=directlink

    As texturas escondidas na cidade espelham um pouco da civilização que optou pela omissão e descuido, mesmo assim ao escrever com a luz é possível captar um pouco da poesia e da cumplicidade imanentes às mesmas.
    Marcos Vieira

    ResponderExcluir