sábado, 26 de junho de 2010
Gilberto Freyre
Gilberto de Melo Freire, ou apenas Gilberto Freyre - como assinava - nasceu em Recife no dia 15 de março de 1900. Cursando universidade nos Estados Unidos, apresentou a tese "A vida social no Brasil em meados do século XIX" em 1922 - influência para o famoso livro ‘Casa grande & senzala’, onze anos depois - e viajou para Londres e Paris, retornando ao Brasil em 1924. Na cidade de Recife, dirigiu o jornal ‘A Província’, onde teve a colaboração de Mário de Andrade e Manuel Bandeira, e foi assessor direto do governador de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra. Em 1933, lançou o grande sucesso ‘Casa grande & senzala’, causando o mesmo impacto que ‘Os sertões’, de Euclides da Cunha, causara em 1902. Em sua segunda edição, foi apresentado como o primeiro de uma coleção chamada "Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil", mas que logo se separou dos livros ‘Sobrados e mocambos’ (1936), ‘Nordeste’ (1937) e ‘Ordem e progresso’ (1959).
Em 1946, foi eleito deputado e, na Câmara Federal até 1950, foi autor do projeto que criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, sediado em Recife. Em 1950 publicou os discursos parlamentares no livro ‘Quase política’ e fez questão de relembrar que não pertencia a nenhum partido político, embora tivesse sido deputado pela UDN. Gilberto Freyre foi membro do Conselho Federal de Cultura e professor honoris causa da Universidade de Coimbra e de outras universidades estrangeiras e brasileiras. Era declaradamente independente em relação à instituição acadêmica, pós-marxista e acatólico. O escritor e sociólogo Gilberto Freyre morreu em 18 de julho de 1987, em sua cidade natal.
Casa grande & senzala
Casa-grande & Senzala tem como cerne as origens da sociedade brasileira vista através do cotidiano na casa senhorial no Brasil colônia. A casa-grande é utilizada como uma metáfora do Brasil colonial, cuja sociedade teve seu arcabouço na atividade econômica, a monocultura açucareira; dela resultando uma sociedade patriarcal, agrária, escravista e mestiça.
Em Casa-grande & Senzala a natureza na nova terra é descrita como um obstáculo à civilização, enfrentado pelo colonizador português em busca de enriquecimento rápido e prestígio. As famílias que se assentaram no Brasil fundaram espaços públicos e consolidaram seu poder, criando redes de relações e influência, o Estado aparece como um coadjuvante por trás destas famílias, que se denominam a “nobreza da terra”. A colonização é apresentada por seus aspectos positivos como a miscigenação e a aculturação, por motivos econômicos e sem objetivo civilizacional. Movida pelo comércio e pela exploração da terra, surgiu a necessidade de permanência. A partir de 1532, incentivada pela Coroa, surgiu uma sociedade fundamentada na exportação e estabelecida em uma unidade de produção, a casa-grande, seu núcleo de dinâmica social e política.
Acessado às 08:23.de 26/06/2010
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